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O menino e a poesia*


A fresta era um resto
Atrás do mundo
Onde a estrela caíra
E a lua se dobrara.

Era atrás da fresta
Que morava um vazio
De alguém também vazio
Agora sem endereços.

Era na fresta, e atrás
Que a menina colava a testa
Para um resto de noite
Era na luz da fresta
Que a menina espiava
Feito noite na floresta

Foi ali
Que ela vira
Que o menino-poeta
Certa feita desfalecera
Numa das últimas vezes
Que morreu de amor.

Depois a porta se abriu
A fresta desmanchou
A estrela subiu
A lua se encheu...

*José Mayer
Filósofo. Livreiro. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica
Porto Alegre/RS

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