Certa vez conversando
com um escritor, Dr em Filosofia, ele me disse que tinha muita vontade de
escrever para crianças, mas não tinha aptidão com a linguagem infantil. Desde
esse dia passei a refletir sobre o que ele disse; seria realmente difícil
escrever para crianças?
Passei então a pensar
sobre a diferença entre a linguagem da criança e do adulto, e encontrei na
criança um caminho fértil para a construção de ideias, de imaginações e de
experiências a serem vividas. Hoje encontrei um menino de 5 anos brincando com
dois bonecos, um do Batmam e outro era um monstro, então emocionada e realmente
querendo saber perguntei o que os dois bonecos estavam fazendo, e o menino
disse que eles estavam brigando; e eu interessada perguntei o motivo da briga.
O engraçado é que a
minha emoção de entrar no imaginário daquela criança me fez entender que a
linguagem de muitas crianças não apresentam prejuízos, nem muitos agendamentos
existenciais, e tem um caminho sem muitas conclusões, elas navegam pelas
emoções, pelas ideias, pelos sonhos, pelos desejos primários humanos e assim
constrói-se a cada vivência, a cada descoberta.
Depois de mais de 20
anos como professora de crianças entre 03 anos à 70 anos de idade descubro a
cada dia que escrever para crianças é se tornar uma, porém com a capacidade de
ver longe o que a criança procura aqui bem perto.
*Sandra Sucupira
Filósofa. Educadora. Escritora.
Filósofa Clínica
Teresina/PI
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