Jamais deixamos de
orbitar em nós mesmos, por isso, o contato com outras vidas é tão determinante
e fundamental. É esse o fenômeno que nos lança na direção das descobertas que
tanto precisamos encontrar e que sempre provém de dentro para fora de nós mesmos.
E assim, me parece que
prosseguimos produzindo pontes altamente capazes de nos conectar, sobretudo,
quando ousamos atravessá-las. Foi assim que encontrei em tantos abraços a força
que faltava, pois de tão apertados, "pois-se" tudo no lugar.
Foi assim, que os
melhores momentos se tornaram eternos figurando sempre no agora. Foi assim, que
um beijo roubado despertou as melhores flores dos jardins de duas almas, as
quais, em silêncio, conhecem a fundo os legados que deixaram tão somente por
amor.
Foi assim que a poesia
transbordou em mim trazendo a tona o melhor de nós mesmos e ainda, por
conseguinte, o melhor que podíamos alcançar. Foi assim que nós nos
transformamos e nos superamos juntos, não raro sob a aurora das suas brisas e
sombras tão confortantes.
E fora justamente
desses confortos que pude extrair forças para que outras vezes eu pudesse nos
manter firmes mesmo quando a terra parecia tremer anunciando uma grande
tempestade.
Portanto, pouco importa
se a poesia aqui existe ou persiste, porque o seu ímpeto mais sincero do início
ao fim mesmo não crendo em finitude, é que cada vez mais tudo venha a se
converter ora em ecos de resistência e luta; ora de liberdade e gratidão. Musa!
Prof. Dr. Pablo Mendes
Filósofo. Filósofo Clínico. Educador. Livre Pensador.
Porto Alegre/RS
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