Mulheres anorgásmicas
por não conseguirem desligar suas mentes da imagem do corpo perfeito e capaz de
seduzir, conquistar e prender o amor de um homem.
Escondida em conceitos
de superficialidade, escondida em complexos de inferioridade, escondida em
contextos de intelectualidade, escondida em buscas pela espiritualidade,
escondida em aparentes estados de auto-suficiência, conformidade e
integralidade.
A beleza que nunca é
enxergada em sua essência, muitas vezes é encontrada na visão de mundo de cada
um de acordo com o que é conveniente ou desejável apenas. Padrões e
estereótipos são produzidos aos quilos diariamente aprisionando o ser humano,
formatando seus níveis de desejo e aniquilando veementemente todo seu potencial
de entrega em uma relação a dois que deveria ser vivida de forma saudável e
desprendida de conceitos.
Mulheres anorgásmicas
por não conseguirem desligar suas mentes da imagem do corpo perfeito e capaz de
seduzir, conquistar e prender o amor de um homem. Frígidas em primeiro plano de
tanto cultuar o próprio corpo em detrimento do envolvimento e do prazer que uma
relação gostosa pode proporcionar.
Homens impotentes
perante a imagem da Deusa em estatueta que inibe e constrange na medida do que
é considerado intocável e pela inércia exercida em forma de inexperiência e
valores absolutamente confusos. Impotentes também por sua autoestima em
baixíssimo nível por, muitas vezes, relacionar sua virilidade ao padrão de
homem moderno que, além de tudo, tem que vir em forma de galã de telenovelas.
Homens e mulheres
cheios de saúde que poderiam usufruir em plenitude dos prazeres da carne
somados a integralidade da alma, fazendo fluir pelos seus corpos as mais
potentes energias, desperdiçando o que de verdade o sexo tem para oferecer.
Este é mais um mal da
sociedade pós-moderna. Tanto se fala de sexo, tanto se cobra das posturas
sexuais, tanto se conhece tanto se faz e nada contenta e nem completa. O
desencontro é total. Faz-se sexo por sexo. Faz-se sexo porque é permitido fazer
sexo, contudo, o descontentamento é geral.
O que ocorre
frequentemente é que os parâmetros de escolha e seleção dos parceiros estão
muito confusos. Diante de tanta imposição do mercado de consumo, as pessoas
estão cada dia mais procurando parceiros cada dia mais difíceis de serem
encontrados e, quando encontrados em sua forma física desejável, já estão com
as cabeças detonadas de tanto buscar a tal perfeição. É complexo, mas é
explicável.
Tem o caso de uma
mulher que ficou bem aborrecida porque tinha encontrado um namorado
interessante e parecia que tudo ia dar certo, a química bateu, tinham boa
afinidade, eram maduros e, de repente, ele desistiu. Argumentou dizendo que se
achava feio e velho para ela, que já nem era tão nova assim. Tinham cinco anos
de diferença. Ele desistiu porque não aguentou a pressão de vê-la mais bonita e
com aparência mais jovem. Ela era mesmo uma jovem senhora muito bonita e não
aparentava a idade que tinha. Temeu pelo futuro, temeu sentir-se inseguro,
temeu ser rejeitado por ela, temeu sentir ciúmes e simplesmente abriu mão de
tudo que estavam sentindo, inclusive o enorme tesão. Ele era bem sucedido
profissionalmente e pelo que ela me contou, tinha uma boa aparência. Era
sensual, viril e muito divertido. Ela ficou muito entristecida e inconformada,
mas acreditando nos argumentos dele respeitou sua decisão.
Outro caso
interessante, foi o de uma outra mulher que era feliz com o próprio corpo mesmo
sendo bem cheinha. Era sexy, bonita, cheirosa e tinha pleno domínio e
conhecimento do que seria uma boa relação afetiva e sexual. Sabia amar sem
restrições. Era sensual e tinha uma libido a toda prova. Sua dificuldade era
encontrar um homem que não estivesse selecionando “aviões” para suas relações.
Muito autêntica e muito extrovertida, teve a coragem de procurar saber o porquê
de tanta rejeição, e alguém não menos corajoso, mas a meu ver, bem pretensioso
disse a ela que estava fora dos padrões. Linda, 35 anos, independente
economicamente e muito bem cuidada. Excluída do direito de amar e ser amada.
Não fiquem triste, isto foi há algum tempo e ela hoje já tem alguém muito
especial.
Outro caso
interessante, foi o de uma outra mulher que era feliz com o próprio corpo mesmo
sendo bem cheinha. Era sexy, bonita, cheirosa e tinha pleno domínio e
conhecimento do que seria uma boa relação afetiva e sexual. Sabia amar sem
restrições. Era sensual e tinha uma libido a toda prova. Sua dificuldade era
encontrar um homem que não estivesse selecionando “aviões” para suas relações.
Muito autêntica e muito extrovertida, teve a coragem de procurar saber o porquê
de tanta rejeição, e alguém não menos corajoso, mas a meu ver, bem pretensioso
disse a ela que estava fora dos padrões. Linda, 35 anos, independente
economicamente e muito bem cuidada. Excluída do direito de amar e ser amada.
Não fiquem triste, isto foi há algum tempo e ela hoje já tem alguém muito
especial.
Tenho vários outros
casos para contar onde pessoas sofrem por estarem fora dos padrões de beleza
estabelecidos pela mídia. Pessoas com muito a oferecer, para somarem em tudo na
vida de alguém.
O que as pessoas
precisam entender definitivamente é que no sexo, vale muito mais o que se sente.
É muito possível se realizar sexualmente com alguém que não se enquadre nestes
tais padrões de beleza atuais. É certo que o fator atração, conta muito, mas
acontece de nos sentirmos atraídos por alguém e não atendermos ao nosso desejo
simplesmente por uma convenção. Às vezes, é nos braços de alguém assim que
vamos ter as melhores sensações, que vamos vibrar mais, que vamos nos entregar
sem amarras, que vamos deixar de buscar sempre por algo que nos complete que
vamos sossegar nossos anseios.
Nesse afã de filtrar e
selecionar o que é melhor para nós, baseados no que os outros ou no que o mundo
estabelece, nos perdemos como pessoas integrais e perdemos oportunidades
maravilhosas de sentir prazer de verdade, daquele chega até a alma. Por
estarmos sempre preocupados em manter as aparências nos descuidamos do que é
importante para nós.
Não quero dizer aqui,
que não devemos nos cuidar, é claro que devemos, mas os exageros, como sempre
podem provocar efeitos indesejáveis, como por exemplo, relações sexuais vazias,
sem envolvimento sem a dose certa de excitação e com um prazer muito mais a nível
egóico e incapaz de nos satisfazer.
É importante que
compreendamos que somos um todo e que precisamos desse todo para chegarmos
perto do que se chama felicidade.
Abraço bem apertado.
*Jussara Hadadd
Escritora. Palestrante. Especialista em
Filosofia Clínica
Juiz de Fora/MG
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