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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*


"Percebi que é inútil falar aos outros sobre coisas que não sabem. Quem não compreende a injúria que inflige a seus semelhantes falando de coisas que ignoram é um ingênuo. Perdoa-se um tal descuido só ao prosador, ao jornalista, ao poeta. Compreendi que uma ideia nova, isto é, um aspecto inusitado das coisas só se afirma pelos fatos. Os fatos abandonados nem por isso desaparecem; um belo dia ressurgem, revelados por alguém que compreende seu significado" 

"O que se é (...) só pode ser expresso através de um mito. Este último é mais individual e exprime a vida mais exatamente do que o faz a ciência, que trabalha com noções médias, genéricas demais para poder dar uma ideia justa da riqueza múltipla e subjetiva de uma vida individual"

"Em muitos casos psiquiátricos, o doente tem uma história que não é contada e que, em geral, ninguém conhece. Para mim, a verdadeira terapia só começa depois de examinada a história pessoal"

"(...) Foi um sucesso inesperado pois não imaginara que nossa leitura da Bíblia pudesse ter um efeito terapêutico"

"Cada caso exige uma terapia diferente. Quando um médico me diz que 'obedece' estritamente a este ou àquele 'método', duvido de seus resultados terapêuticos"

"(...) sempre constatei que os leigos que se ocuparam de psicoterapia durante anos, e que passaram, eles próprios, por uma análise, têm conhecimentos e eficácia. Por outro lado, raros médicos praticam a psicoterapia. A profissão exige uma formação muito longa e profunda e uma cultura geral que pouquíssimos possuem"

"(...) o que é principal, tinha o fogo sagrado"

"Era vital e necessário levar uma vida ordenada e racional como contrapeso à singularidade do meu mundo interior"

"Nietzsche perdeu o solo debaixo dos pés porque nada mais possuía senão o mundo interior de seus pensamentos - mundo que o possuiu muito mais do que Nietzsche a ele"

*Carl Gustav Jung in "Memórias, sonhos, reflexões". Ed. Nova Fronteira. 2006. RJ. 

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