Quem se define se
ausenta, se encerra, se enclausura e nem sequer se contenta ou se liberta. Quem
se define, mente, sobretudo, para si mesmo. Honestamente quem se define de
fato? Porque somente na hipocrisia puritanismos e moralismos são viáveis.
Porventura, surpreende
e não raras vezes o estranhamento alheio pela ausência do desejo de se definir.
E se isso é uma postura ou impostura pouco importa, uma vez que o sustento
dessa poesia é a própria indefinição que não se enquadra e nem se ajuste; e é
mestiça, plural, vira-lata, marginal.
Sim, as margens sempre
compuseram o meu ninho, os meus caminhos, os meus descaminhos; os fluxos e os
refluxos. As margens sempre foram a minha escolha e aquilo que eu privilegiei.
Meus olhos sempre
estiveram voltados para os subalternos. E assim, danem-se as convenções, as
hierarquias que injustiçam socialmente; danem-se os julgamentos, em especial,
daqueles que sequer se conhecem e desconhecem por onde caminhei para ser quem
eu sou e para chegar até aqui numa jornada a qual afetos e desafetos
inevitavelmente se construíram nessa seara existencial.
E toda vez que as
circunstância não me inspiraram serviram de lições para comprovar que se houver
amor tudo vale a pena. E mais, quem sabe um dia todos a nossa volta não
compreenderão que quando projetamos um futuro com exatidão, o que impera tão
somente se resume em frustrações, prepotências ou, ainda, arrogâncias
angustiadoras.
Afinal, o que dá certo
mesmo é a perseverança quando faz sentido e os inúmeros ajustes até porque eu
nunca fui capaz de me ajustar por transbordar demais. Musa!
*Prof. Dr. Pablo Mendes
Filósofo. Educador.
Escritor. Filósofo Clínico
Uberlandia/MG
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