"Poesia: procura de um agora e de um aqui.”
Octavio Paz
A poesia é o rastro da
vida. O rastro de uma explosão no universo que estilhaça em milhões de objetos,
imagens, que nem todas as línguas conseguem dar conta. Mas o fato de o signo
estar colado no que existe, da nuvem de linguagens, certamente é o que consegue
ver além do olhar preso na realidade.
Caminhos que perdemos
pode ser um leve encontro poético mediado por signos e objetos. Quem um dia
atravessou, quem passou por estradas, ruas, águas e o mais distante nas
alturas, pensou na construção de suas emoções? Nem tudo é poesia na vida, mas a
poética está em todos os lugares.
O fato de existir
narrativas sobre todas as coisas não significa que daí há poesia, mas a poesia
está nela, na narrativa que diante da linguagem se faz o poético mais oculto ou
mais límpido aos olhos.
Temos depois o processo da leitura da vida: o
entendimento da vida nem sempre é poético mas a beleza da forma deixa o
conteúdo mais para a poesia do que para a realidade. A realidade não tem
obrigação de estar dentro do poético, mas toda poesia está nas entranhas da
vida.
*Prof. Dr. Luis Antonio
Paim Gomes
Filósofo. Editor. Livre
Pensador.
Porto Alegre/RS
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