É a arte e não a
história a mestra da existência, assim entende Fernando Pessoa. Através da arte
é que advêm as manifestações mais densas do indivíduo. É a edificação de uma
ponte que vai de um para o outro, encontrando a essência do outro, que se
desvela em identidade singular. O contágio propiciado pela afirmação deste
diálogo é o fator que alarga a existência, caracteriza o gênio, expande as
ideias, como profere Kant.
A ressonância criada
pelo instrumento que é a arte é o que constitui a história sensível, diversa
daquela composta para servir de “exemplo”, agindo como castradora, embotando os
indivíduos. Respiramos uma era de transformações, de rupturas paradigmáticas
que exigem novos olhares. É chegado o instante de reconsiderarmos nossas prioridades.
O indivíduo que abre
mão da magia da arte para influenciar no seu destino, não anseia em ultrapassar
suas sânies, está condenado a não ver além, originando como consequência
primeva a servidão.
Ansiamos por um novo
modelo comportamental calcado na liberdade e não na falta de iniciativa. A
existência é, forçosamente, constituída de obras. Presentemente isso é
imperativo.
A condição essencial
para haver a comunhão entre o desejo e a prática é a ação. A relação entre eles
é a história que jaz. Todo o restante é fugaz, só a arte é perene. Sempre foi.
A arte é responsável
pela grande sapiência do indivíduo. Suas características são genuínas, possui
signos próprios e gera profundas transmutações, que podem ser influenciadas de
formas criativas.
Os indivíduos
“inconformados” anseiam pela transformação. Nela, a única constante é a
mutação.
*Mariah de Olivieri
Artista Plástica.
Bacharel em Comunicação Social. Filósofa. Mestre em Filosofia.
Terapeuta-Especialista em Essências Florais. Filósofa Clínica.
Porto Alegre/RS
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