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Pérolas imperfeitas* “Não se evita impunemente uma crise interior.” Cioran Havia um rumor de vida nova naquelas incompletudes. Algo próximo de um vocabulário, talvez. Um teor inovador e de aparente sem nexo oferecido nas possibilidades de descobrir e inventar. Experimentações discursivas e as retóricas da existência apreciam conceder visibilidade por esses jogos de linguagem. Espécie de diálogo contido entre o dizer e o não dizer, quem sabe até conversação entre questões imediatas e últimas. Disputa pela supremacia, um pouco antes de ser alguma coisa. Na estrutura tênue dos convívios, aprender a ver através das aparências pode significar mais. É interessante notar que as vivências mais intensas possuem grande dificuldade para encontrar sua melhor perspectiva. A saga do querer dizer, pode se mostrar antítese as lógicas mais consideradas. Ainda assim, a multidão de personagens e fenômenos sem nome, deixa rastros visíveis nos intervalos da palavra. Os termos agendados possue
Viajando com Paul Beto Colombo Filósofo Clínico Criciúma/SC Temos uma expressão muito comum por aqui: “Viajou, foi pro espaço”. Foi o que aconteceu comigo nessa segunda-feira no Show de Paul McCartney. Na Filosofia Clínica chamamos isso de deslocamento longo. Eu costumo usar esse sub-modo como um auto procedimento quando estou naqueles lugares onde não me identifico: nas esperas de vôos em aeroportos, em viagens internacionais onde preciso dormir sentado numa poltrona de avião e em muitos outros casos... ao contrário nesse caso na categoria lugar do que me aconteceu no Morumbi no show. Quando Paul e sua banda tocou “Hey Jude” o Morumbi inteiro, como num transe coletivo, num coro afinado, acompanhava com harmonia a melodia e com entusiasmo pronunciava cada palavra da letra da música. Eu fechei meus olhos e em êxtase me desloquei para um mundo melhor, sem violência, sem compromissos, sem correrias, sem tristezas, sem dor e ali fiquei ouvindo Paul dizendo: “ Ei Jude não carre
Despir-se de si Miguel Angelo Caruzo Filósofo Clínico Teresópolis-RJ Não fazer do mundo uma extensão de minhas interpretações. Este é um imperativo intrínseco à Filosofia Clinica. Não vamos encontrar isso nos cadernos de estudos nem nas aulas. Isso é um aprendizado da prática. Compreender a Filosofia Clinica na prática é admirar o mundo, as pessoas, as coisas, as situações, sem querer dar a nossa solução ou interpretação para tudo. A Filosofia Clinica nos ensina como as pessoas podem nos falar de si mesmas. Sem interpretá-las, nós aprendemos delas sobre elas. Reconhecemos diretamente da fonte. Interpretações são secundárias. Afinal é melhor ler uma obra do que o comentador dela. Entrar no universo significativo do outro é abandonar, por momentos, meu próprio universo, ainda que em parte. A recíproca de inversão, ato de ir ao mundo significativo do outro, é um exercício nem sempre tão fácil. As significações são tantas, e algumas podem nos confrontar com valores e modos d
A ALIANÇA E O COMPROMISSO* Ildo Meyer Médico e Filósofo Clínico Porto Alegre/RS Antes de colocar esta aliança em tua mão, preciso te contar algumas coisas sobre meu passado e nosso futuro. A aliança funciona como um símbolo de compromisso do casal, uma representação visível de algo invisível, mas muito real, o nosso amor. O casamento civil também é uma maneira de materializar o compromisso, noivos e testemunhas assinam o documento. De uma forma ou outra, ambos servem para representar esta relação com o transcendente. E por serem visíveis, concretos, reconhecidos publicamente, por vezes acabam por colocar em segundo plano o que foi a sua origem: o compromisso por amor e para amar. Mas que compromisso é esse? Vou te dizer o que significa para mim e se concordares, gostaria de poder vestir esta aliança em nossas mãos com a excitação que este momento pede e com a tranquilidade de saber que esta troca está acontecendo contigo. O compromisso é simples, exige apenas dedicação pa
Nenhuma certeza Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Tudo pode ser ou não ser. Mutação contínua. Duvidar...Mente aberta ao sempre aprender. Espanto, surpresa, novidades. Buscamos certezas como muletas para darmos conta de vivermos com as incertezas. A experimentação muitas vezes assusta. Romper e renovar pode ameaçar. Quantas vezes vestimos uma bandeira radical e fundamentalista, ditando certezas para esconder nossas inseguranças e medos? O que foi hoje pode não ser amanhā. Para que congelar a vida e encouraçar a alma? Abertura as incertezas, porta aberta para as novidades de cada instante poderá nos fortalecer. Controlar, dominar nos protegerá das surpresas que a existência faz acontecer? Buscamos respostas prontas, regras, normas, leis.... Porque e para que? Copiamos pensamentos e nos iludimos com mil palavras. Maluquice.O que é certo ou errado? Onde fica a nossa singularidade e nossas experiências? Temos desejos e vontades, nenhum
Carta de Nova Veneza/SC Aos 26, 27 e 28 de novembro do ano de 2010, reuniram-se no Instituto Sagrada Família filósofos Clínicos de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul para o IX Encontro Sul Catarinense de Filosofia Clínica, com a temática “Filosofia Clínica na Prática”. A abertura do evento se deu às 20 horas do dia 26, com a apresentação do encontro pelo Diretor do Instituto Sul Catarinense de Filosofia Clínica, logo após a diretora do Instituto Sagrada Família apresentou a casa aos filósofos. Também participaram do cerimonial de abertura a secretaria de cultura do município de Nova Veneza, com a apresentação do Carnaval de Veneza e a apresentação do município. Dada a abertura do evento, inicia-se a primeira palestra do encontro com a temática “Filosofia Clínica e Religiosidade”, ministrada por Lúcio Packter, idealizador e criador da Filosofia Clínica. Na palestra Packter mostrou as possibilidades da formação da religiosidade dentro da historicidade de cada pess

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