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Drogas Lúcio Packter Filósofo Clínico As melhores propagandas a favor das drogas talvez venham das pessoas que as atacam.Reprimir, tornar ilegal, desacreditar, exibir efeitos pejorativos, oferecer como contrapartida nossos preceitos sociais, isso é como combater o diabo mostrando o que ele tem de melhor. E, mais ou menos assim, surgem textos inspirados como On the Road, de Jack Kerouac. Uma das evidências que estatísticas do Ministério da Saúde reúnem aponta que muitas pessoas estão se entupindo com cocaína, chocolate, anestésicos, soníferos, perfumes, tinturas, bebidas e provavelmente o fazem, entre outras coisas, porque as drogas podem ser socialmente necessárias, como socialmente necessária pode ser a mania persecutória contra elas; esta razoável contradição torna as drogas muitas vezes o fascínio e o medicamento, sua prescrição indicada. Lembro que quando li El Horla, de Guy de Maupassant, pensei no quanto as drogas amenizaram suas terríveis vivências e se em tal caso não
Mas o que é a Filosofia Clínica? Gustavo Bertoche Filósofo Clínico Rio de Janeiro-RJ Quando um terapeuta se apresenta como filósofo clínico, muitas vezes ouve a pergunta que dá título a este texto. Essa pergunta é de se esperar, pois a Filosofia Clínica é uma abordagem relativamente nova – embora seja também, de certo ponto de vista, bastante antiga. As idéias fundamentais da Filosofia Clínica foram concebidas por Lúcio Packter, médico gaúcho, a partir dos anos 80. A Filosofia Clínica ganhou sua forma próxima à atual no início dos anos 90, quando um círculo de filósofos – alunos e professores – reuniu-se em torno de Lúcio com o objetivo de desenvolver a metodologia dessa nova abordagem terapêutica. A Filosofia Clínica tem como ponto de partida a tradição de 2.500 anos da filosofia. Uma das vertentes mais importantes da filosofia ocidental constitui-se como a tentativa de responder às perguntas: como devo agir?, o que é a felicidade?, qual o sentido da vida?. Essa vertente,
Fragmentos filosóficos delirantes LI* "A vida começa todos os dias. Precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu. Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento. Na minha opinião existem dois tipos de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar. Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente. Ninguém é o que parece, nem Deus." *Érico Veríssimo
Fragmentos filosóficos delirantes L* "Sou o que sabe não ser menos vão Que o vão observador que frente ao mudo Vidro do espelho segue o mais agudo Reflexo ou o corpo do irmão. Sou, tácitos amigos, o que sabe Que a única vingança ou o perdão É o esquecimento. Um deus quis dar então Ao ódio humano essa curiosa chave. Sou o que, apesar de tão ilustres modos De errar, não decifrou o labirinto Singular e plural, árduo e distinto, Do tempo, que é de um só e é de todos. Sou o que é ninguém, o que não foi a espada Na guerra. Um esquecimento, um eco, um nada." "Não sei qual é a face que me mira quando miro essa face que há no espelho; e desconheço no reflexo o velho que o escruta, com silente e exausta ira. Lento na sombra, com a mão exploro meus traços invisíveis. Um lampejo me alcança. O seu cabelo, que entrevejo, é todo cinza ou é ainda de ouro. Repito que perdi unicamente a superfície vã das simples coisas. Meu consolo é de Milton e é valente, po
Nosso, sempre nós Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora-MG Sair do "eu" dos "meus" e mergulhar nos "nós" dos "nossos" pode parecer pura brincadeira linguística, porém é muito mais que uma reflexão, é ação efetiva de gente que sabe amar generosamente. O ego, o eu do egoísmo, sempre espera ser amado. Deseja sempre poder controlar, dominar, explorar e tirar vantagens. A alma, espaço do nós, nada espera, ama por amar. Compartilha. Respeita as singularidades. Escuta. Doa-se livremente. Nada me pertence porque tudo é do nosso mundo. Somos pertencentes nesta jornada infinita de ser e não ser tudo e nada. Quando consigo sair do "meu" e entrar no "nosso", há o encontro sublime nesta existência tal qual se apresenta. Dissolvo e me enrosco na ternura, como bicho amante, anjo divino. Acolho e sou acolhida. Êta vida! E tudo fica mais simples... Caminhamos de mãos entrelaçadas, coração aberto na exper

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