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Sim ou não? Sandra Veroneze Filósofa Clínica Porto Alegre/RS Não sei se as pessoas ficaram mais espertas ou se os programas de televisão que perderam a graça. O fato é que há um tempo atrás era mais fácil se divertir em frente à telinha. Década de 80, mais precisamente. Um quadro exibido no programa do Sílvio Santos, aos domingos à tarde, era insuperável. Não lembro do nome do jogo, mas as regras eram simples: o participante ficava trancado em uma cabine e podia responder somente sim ou não. Detalhe: sem ouvir a pergunta. Sílvio Santos perguntava: “Você troca um par de chinelos por uma bicicleta?”. E a vítima respondia: ‘simmmm”. Sílvio Santos retornava: “Você troca a bicicleta por um fusca?”. A resposta: “nãooooooo”. Era hilário. Ao final da bateria de perguntas, o participante ficava com o prêmio que ele próprio havia escolhido. Evidentemente, a posição mais confortável nessa brincadeira era a do apresentador, que definia as perguntas, a ordem delas e o prêmio que o part
Somatizar é viver Luana Tavares Filósofa Clínica Niterói/RJ No decorrer da vida nos deparamos com incontáveis conflitos existenciais. Em muitas das vezes não nos damos conta do impacto que a existência, em múltiplos níveis, exerce sobre nós mesmos e sobre a forma como conduzimos nossos sentimentos, nosso trabalho, nossas relações, nossos pensamentos e toda a carga existencial que tudo isso envolve. Em tantos momentos a vida transborda e, então, com o copo cheio, fica confuso seguir adiante. Quando esta carga se torna pesada demais, seja porque entendemos o que acontece, ou seja porque não entendemos, talvez aconteça de haver uma projeção em nosso corpo daquilo que nos perturba a alma. As conseqüências são diversas e, dependendo do tipo de manifestação, este pode ser o momento de buscar ajuda terapêutica. É claro que essa busca implica na percepção de que somos seres dotados, em nossa estrutura, de uma totalidade estrutural, composta obrigatoriamente de mente, corpo e emoção,
Meu encontro com Dra. Nise da Silveira Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG Tem momentos da vida da gente que são inésquecíveis, Um deles foi aquela noite, no Rio de Janeiro. Eu havia terminado minha pós graduação em Psicologia Junguiana no IBMR. A psicologia profunda de Jung sempre me instigou a pesquisa. Sabendo da existência da psiquiatra rebelde, que questionou os métodos desumanos da psiquiatria, e criou novas formas de tratar os portadores de transtornos mentais, que esteve presa com Olga Benário por ser comunista, foi discípula de Carl Gustav Jung, aventurei-me a conhecê-la pessoalmente. Na época ela estava bem velha, mas muito lúcida. Liguei para sua casa e marquei o encontro. Ela não colocou nenhum impecillho, mesmo sendo eu uma simples psicóloga desconhecida dela. Imaginem minha ansiedade para este encontro marcado! A rua estava escura e o local de seu apartamento bem ermo. Bati a companhia e sua assistente me recebeu.
Fragmentos filosóficos delirantes LVIII* Coração "Dizem que se ama uma só vez na vida... O amor, no entanto, para mim, parece Taça espumante que, uma vez bebida, Se outra vez se beber, mais apetece. O coração é uma árvore florida, Que dentro em nós, sem o querermos, cresce, E que, sempre a dar flores, à medida Que os botões se lhe arrancam, mais floresce. A mão do Tempo essa árvore maltrata. Mas, qual planta podada, dia a dia, Mais em ramos e flores se desata: Que era nos turvos séculos remotos Que o coração,para dar flor, possuía A indolência romântica do lotus..." *Humberto de Campos Poeta brasileiro Produção de 1904-1931
Fragmentos filosóficos delirantes LVII* "Quantas vezes, amor, te amei sem ver-te e talvez sem lembrança, sem reconhecer teu olhar, sem fitar-te, centaura, em regiões contrárias, num meio-dia queimante: era só o aroma dos cereais que amo. Talvez te vi, te supus ao passar levantando uma taça em Angola, à luz da lua de junho, ou eras tu a cintura daquela guitarra que toquei nas trevas e ressoou como o mar desmedido. Te amei sem que eu o soubesse, e busquei tua memória. Nas casas vazias entrei com lanterna a roubar teu retrato. Mas eu já não sabia como eras. De repente enquanto ias comigo te toquei e se deteve minha vida: diante de meus olhos estavas, regendo-me, e reinas. Como fogueira nos bosques o fogo é teu reino." *Pablo Neruda Poeta chileno 1904-1973

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