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CONSOLO Will Goya Filósofo Clínico, Poeta. Goiânia/GO O mundo está de partida. Não me peças agora para ser tão natural, que a morte nunca foi leve. É um amor sem entrega, um abraço ao vento E um difícil agradecimento a Deus. Hoje uma eternidade repousa em mim. Termine minha vida quando terminar, ela aí estará por inteira. Tudo se demorou em estar sempre completo, Como uma formatura à espera do diploma, em qualquer escola da vida. Nenhum tempo ou erro foram desperdiçados, E até meu sono cumpriu o seu destino. Eu sei que todas as pessoas me seguirão na morte... e lá jamais estarei só. Lá. Morrer é voltar pra casa, reaprender a ser eterno. Aqui somos todos imperfeitos, dádivas contidas, sementes completas. Os céus querem tanto a perfeição dos homens que os fazem nascer crianças, Para que a Terra venha brotar maturidade em suas almas. Germinarem o tempo. Só as rugas de amor rejuvenescem o espírito. Soube que uma pessoa desconhecida estava para morrer, com câncer
Viagens* “Vivemos um intervalo e, então, nosso lugar não mais nos reconhece.” Harold Bloom Existe um universo de possibilidades para seguir de um lugar para outro. Você pode ir em frente caminhando, realizar uma introspecção e mergulhar em si mesmo, se deixar levar pelo curso dos deslocamentos multifacetados, sobrevoar tendências de ser estrada sem direção. Muitas vezes se vai longe sem sair do lugar. Noutras é preciso o movimento físico para estacionar. Em alguns a arte de contemplar horizontes se desenvolve como essência do ser viajante. Trajetos de muitas paisagens, cores e sabores, evidenciam presságios de novos roteiros. Em alguns instantes se tem a nítida ideia de já ter estado ali, fazendo parte dos cheiros, sons familiares. Também é possível muita coisa passar despercebida, aprisionada na ilusão do primeiro olhar. Um sentido pessoal vai desenhando, por essas idas e vindas, os cenários por onde a vida se esboça para acolher distâncias. Um vislumbre andarilho a perco
BELEZA ARTIFICIAL Ildo Meyer Médico e Filosofo Clínico Porto Alegre/RS Era apenas mais um lançamento de moda. Estavam preparando a coleção de biquínis para o próximo verão. Durante a sessão de fotos, o diretor de criação da agencia publicitária sugeriu uma montagem onde o umbigo da top model sumisse. A idéia era fazer com que parecesse um ser alienígena com aparência exatamente igual à de uma mulher, porém sem umbigo. Abdome completamente liso. Direção de arte, redação, produção se engajaram na campanha e em poucos dias o projeto estava na mesa do cliente para aprovação. A foto de uma mulher com corpo escultural, passeando em uma praia deserta, vestindo apenas um biquíni e botas até o joelho, carregando em uma das mãos um micro aparelho que sugeria ser um computador de última geração e na outra uma coleira com um belo cão dálmata. Apenas uma frase abaixo da foto: “Mulheres evoluídas sabem o que vestir neste verão”. O cliente achou a modelo maravilhosa, a foto belíssima,
Podemos mudar de ideia Rosângela Rossi Psicoterapeuta e Filosofa Clínica Juiz de Fora/MG Quem pensa muda de idéia. Quem escuta aprende e se recicla. Não somos donos da verdade. Vida é mutação. A cada encontro uma nova possibilidade. Vastos horizontes. Vir-a-ser. Liberdade de escolher novos caminhos. Desapegos e experimentos. Penso no que você me disse. Duvido. Reflito. Pondero... Êta vida ! Ficar preso as máscaras me escraviza. Fechar num só pensamento limita. Há pluralidade. Há multiplicidade. Há um mundo lá fora acontecendo. Há um mundo lá fora ensinando. Basta abrir os olhos e coração, Para transformar sempre.
Apenas o essencial Pe. Flávio Sobreiro Poeta e Filósofo Clínico Cambuí/MG Uma das regras fundamentais para quem deseja organizar uma mala de viagem é levar apenas o essencial. Nem sempre conseguimos seguir esta regra. Sempre levamos alguma “coisinha a mais”. O medo do que possa faltar faz-nos exagerar no excesso. E assim partimos... Com muitas malas e excesso de peso. Ao final da viagem nos defrontamos com uma realidade visível: não usamos a metade do que levamos. Voltamos para casa com o excesso daquilo que nos pesa na alma. Nem sempre é fácil decidir o que levar. A principio tudo parece importante. Não queremos deixar nada de fora. Enquanto cabe, vamos dando um jeitinho. Muitos quando estão em viagem ficam tristes porque não encontram entre as malas um lugar para colocarem algo que adquiriram ao longo da viagem. As malas estavam tão cheias que nada mais caberia. Em nossa vida também guardamos em nossa alma sentimentos desnecessários. Acumulamos ódio, raiva, desejo de vin
Fragmentos filosóficos delirantes LXVII* Sobre a Escrita, Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio. Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma idéia. Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento. Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. Sempre achei que o traço de um escultor é identificável por um extrema simplicidade de linhas. Todas as palavras que digo - é por esconderem outras palavras. Qual é mesmo a palavra secreta? Não sei é porque a ouso? Não sei porque não ouso dizê-la? Sinto que existe uma palavra, talvez unicamente uma, que não pode e não deve ser pronunciada. Parece-me que todo o resto não é proibido. Mas
O OUTRO Beto Colombo Empresário, Filósofo Clínico, Coordenador da Filosofia Clínica na UNESC Criciúma/SC Querido leitor, que você esteja bem. Hoje vamos refletir sobre O Outro. De todos os animais, talvez o ser humano seja aquele que mais necessita do outro, a começar pelo tempo em que começa a ter decisões próprias, autonomia de ideias e financeira. Lembro-me de quando estava no caminho de Santiago e filosofava despreocupadamente quando tive um _insight_: "O eu somos nós". E aqui vale refletir, pois jamais chegaremos ao "nós" se não reconhecermos que fora de mim há o outro e que este outro também sou eu. Por isso, hoje desejo falar com você sobre este encontro com o outro. Para mim, falar do outro é falar de Emmanuel Lévinas, filósofo francês nascido numa família judaica na Lituânia. Apesar de ser exilado e aprisionado pelos nazistas, forçado a viver no cativeiro, onde escreveu e desenvolveu boa parte de sua filosofia, ele nunca se referiu aos nazis
Crescer??? Jane Difini Kopzinski Fisioterapeuta, Quiropraxista, Filosofa Clínica Porto Alegre/RS Minha criança De leve esperança Com alma branda Sutil gentileza Marota faceira Quebrando a razão Da adulta imperfeita Traquinagens inconseqüentes Suavidade e leveza Faceirice radiante No mundo amante Da vida que desperta Vivências após Autogenia perfeita De uma adulta feliz Compartilhada existência

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