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Fragmentos filosóficos delirantes XCXXIV* Que é Simpatia Simpatia – é o sentimento Que nasce num só momento, Sincero, no coração; São dois olhares acesos Bem juntos, unidos, presos Numa mágica atração. Simpatia – são dois galhos Banhados de bons orvalhos Nas mangueiras do jardim; Bem longe às vezes nascidos, Mas que se juntam crescidos E que se abraçam por fim. São duas almas bem gêmeas Que riem no mesmo riso, Que choram nos mesmos ais; São vozes de dois amantes, Duas liras semelhantes, Ou dois poemas iguais. Simpatia – meu anjinho, É o canto de passarinho, É o doce aroma da flor; São nuvens dum céu d’agosto É o que m’inspira teu rosto… - Simpatia – é quase amor! *Casimiro de Abreu
Virtualidades* Porque as redes sociais nos atraem tanto? Porque postamos infinidades de textos e imagens? O que nos liga ao virtual? Porque nos tornamos dependentes de uma rede de amigos que não conhecemos? Porque “curtimos” postagens? Porque compartilhamos? Porque não guardamos em nosso coração o que foi postado ontem? Porque os laços de amizade nas redes sociais são frágeis e anônimos? Por quê? Por que... Por que. O mundo virtual chegou para ficar. O Orkut ficou para trás com a chegada do Facebook. Quem nunca esperávamos encontrar nas redes sociais chegam sem avisar. Alguns ainda relutam em se conectar. Outros estão conectados 24 horas. A vida particular tornou-se publica com os álbuns de fotos. Do sofá ao baile conhecemos o que alguém fez no final de semana ou nas férias. O desconhecido tornou-se conhecido. O anônimo tornou-se celebridade. O particular tornou-se universal. Porque postamos? Cada um irá dar uma resposta a esta questão. Postamos para não ficarmos de fora da mod
Que assim seja! Eterna Paz Como é bom adormecer Com a consciência tranquila As chuteiras penduradas Depois do dever cumprido Despertar num mundo livre E despoluído Onde tudo é só amor... (Martinho da Vila) O que quer que seja que te faz bem... que seja de todas as cores, formas e de todos os muitos sentidos de que pode transparecer. De todos os desejos... que sobressaia a Paz, ainda que em opostas vontades, sejam elas simples ou banais, extremas ou complexas, pois da oposição pode surgir o consenso ou a alternativa que faltava a persistentes expressões. Que seja ansiada em suas tantas cores e nuances, refletindo espectros de infinitos raios de gentileza e compaixão, buscada em suas crenças e partilhada por sentimentos que vão além da simplória compreensão cotidiana. Ampliada, através dos espaços e permeada em múltiplos tempos ou em cada tempo subjetivo, para que se possa conceber seu significado nos desejos entremeados de conexões sutis de entendimentos. Contemplada
Nietzsche: platonismo, cristianismo e amor fati* "E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música" (F. W. Nietzsche). Há alguns que desconsideram Nietzsche como filósofo pelo fato deste criticar a filosofia. Mas, se há uma característica típica da filosofia, essa está em ela ser crítica de si mesma e constantemente se colocar em questão. Desse modo, Nietzsche é de fato filósofo quando filosoficamente põe em cheque a história do pensamento ocidental em sua base. A partir disso, qual é a crítica desse filósofo ao pensamento ocidental? Primeiramente precisamos ver como geralmente os manuais de filosofia – introduções, textos de história da filosofia, etc. – tratam o suposto avanço que o pensamento filosófico legou para o Ocidente. Em geral nos é apresentado uma passagem do Mito ao Logos, do discurso elucidado pela “fantasia” ao desenvolvido pela elaboração explicativa racional. Sócrates, até muito mais do que os que o
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXIII* Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando d
Fases* Estive escondida dentro de mim Vi e percebi muitas coisas, algumas boas e outras medonhas... Fiz uma enorme faxina existencial Sinto-me leve novamente, vibrante e feliz. Sim! Sou otimista demais! Não posso negar minha natureza, sinto a pureza das crianças, o barulho das gargalhadas descompromissadas... Sinto, sinto e sinto muito por incomodar por meu sentir demais. Exagerada no sentir, intensa no viver, colorida ao me expressar Pequena na estatura mas enorme nos atos. Quanto aos anseios me acalmo mais O tempo de vivência traz muita tranquilidade! Não sei certo o quanto mudei, porém, sei que muito se transformou aqui dentro do peito! Morri e renasci várias vezes em pouco tempo... Descobri que a coragem é mais sábia do que o medo, ouso me arriscar para ser quem sou! Correta, coerente? Não sei responder... Sigo em paz! A verdade é minha saga, que se inicie por mim, então. *Vanessa Ribeiro Filósofa, matemática, atriz, dançarina, estudante de filosofia clí
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXII* Fazer 30 anos QUATRO pessoas, num mesmo dia, me dizem que vão fazer 30 anos. E me anunciam isto com uma certa gravidade. Nenhuma está dizendo: vou tomar um sorvete na esquina, ou: vou ali comprar um jornal. Na verdade estão proclamando: vou fazer 30 anos e, por favor, prestem atenção, quero cumplicidade, porque estou no limiar de alguma coisa grave. Antes dos 30 as coisas são diferentes. Claro que há algumas datas significativas, mas fazer 7, 14, 18 ou 21 é ir numa escalada montanha acima, enquanto fazer 30 anos é chegar no primeiro grande patamar de onde se pode mais agudamente descortinar. Fazer 40, 50 ou 60 é um outro ritual, uma outra crônica, e um dia eu chego lá. Mas fazer 30 anos é mais que um rito de passagem, é um rito de iniciação, um ato realmente inaugural. Talvez haja quem faça 30 anos aos 25, outros aos 45, e alguns, nunca. Sei que tem gente que não fará jamais 30 anos. Não há como obrigá-los. Não sabem o que perdem os qu

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