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Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXI* Quem seremos no futuro? Acabo de assistir uma palestra do inventor e futurista Ray Kurzweil, que está passando uns dias na minha universidade nos EUA. Kurzweil ficou famoso por suas várias invenções, desde sintetizadores que podem simular sons de piano e outros instrumentos, até um software para cegos que transforma texto em voz. Escreveu vários best-sellers, onde explora como o avanço exponencial da tecnologia transformará profundamente a sociedade, redefinindo não só o futuro mas a própria noção do que significa ser humano. Segundo Kurzweil, a revolução não só já começou como avança rapidamente em direção a um ponto final, "a Singularidade", quando máquinas e seres humanos formarão uma aliança que poderá nos tornar seres super-humanos. Ele prevê que chegaremos lá em 2045. Segundo Kurzweil, em 2020 computadores serão poderosos o suficiente para simular o cérebro humano. Baseando seus argumentos numa lei empírica chamada "
SINAIS* Durante a cerimônia de casamento do filho de um amigo, tive uma visão. Não têm nada a ver com religiosidade. Enxerguei o amor. Mais do que isto, ele falou comigo. Chorei o tempo todo e quando lembro da cena, ainda choro. Contei o fato para alguns amigos que pensaram em me internar, mas como dizem que em todo amor sempre há um pouco de loucura, estou aqui para contar o fato. O amor não se mostrou nas palavras do padre, no altar, nas alianças. O amor estava nos olhares, nos toques, no aconchego, na cumplicidade daqueles jovens noivos. Ela tremia, olhava para ele, que interrompia o protocolo para segurar sua mão com delicadeza e beijá-la. Ele falava com voz embargada, inundado pelas lágrimas que ela vertia e manchavam a maquiagem. Parecia que a cada momento, um saía de dentro de si para entrar no outro. Quando ela verbalizou seu amor, olhando por dentro da retina dele, não precisaria ter falado, o amor estava ali estampado, ao vivo, a cores e com toda sua força. O casame
A cidade das palavras esquecidas* “É possível que desde Sófocles todos nós sejamos selvagens tatuados. Mas na Arte existe alguma outra coisa além da retidão das linhas e do polido das superfícies. A plástica do estilo não é tão ampla como toda a ideia (...) Temos coisas demais para as formas que possuímos” Flaubert Num cotidiano de atividade limite existe uma aproximação com a subjetividade do não-dito. O não-sentido concede vestígios para intervenção do artesão das palavras. Ao rasurar o texto das verdades conhecidas se anuncia uma nova conjugação existencial. Os manuscritos costumam se insinuar na linguagem própria da mescla de eventos. Ponto de partida as sensações ainda sem nome. A expressividade desses fenômenos, um pouco antes de significar-se no traço do autor, procura um meio para transbordar sua estética sem normalizá-la excessivamente. É possível dizer que a reinvenção do ser terapeuta acontece em seu cotidiano, num território de intimid
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXX* A adúltera de Deus O Deus de Israel sempre amou as adúlteras. Jesus também dispensou cuidados especiais para com elas, e para com as prostitutas, os ladrões e os desgraçados de todos os tipos. Deus parece não resistir à sinceridade do pecador, assim como a filosofia parece amar a verdade do melancólico. Na Bíblia hebraica, Raquel, a segunda esposa de Jacó (depois chamado de Israel), por muitos anos uma mulher estéril e idólatra por raiva de Deus, enterrada fora do "cemitério da família" por ter sido uma vergonha para esta mesma família, será escolhida por Deus como consoladora do povo eleito no sofrimento. Raquel é a "mater misericordiae" do judaísmo. Quando Israel sofre, é o nome dela que deve ser lembrado. Deus ama as infelizes e as elege como suas conselheiras. Qual o segredo da infelicidade? Não se trata de brincadeiras teológicas "progressistas" que erram achando que ninguém é pecador. A pastoral de
Quando te encontrei* Quando te encontrei, parte de mim era angustia, tristeza, derrota. Um corpo machucado, indefeso, abandonado de si mesmo. Fui numa jornada da alma, buscar caminhos alternativos, diferentes, que me trouxessem um sentido novo, uma autogenia completamente diferente. Foi então que sem querer, sem esperar, te encontrei. Num lugar inusitado, com pessoas estranhas mas que se tornaram queridas no momento que as conheci. Um mistura de sentimentos, amizades, descobertas, estudo, alegria. Esbarrei em você quase sem propósito. Conversas superficiais, mas onde uma energia não sei de onde fluía sem poder… escondida… escondida até de mim e de você. Fluía sem ninguém perceber. Pontos em comum, gostos parecidos foram aparecendo, mas havia uma longa barreira entre nós. Um abismo quase intransponível… e a distância fez seu papel e afastou tudo que pudesse surgir. Mas algo foi muito maior, além… e tudo mudou… o mundo virou, um tufão passou e você surgiu ali, todas as noite

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