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Renascer em Vida* Queridos leitores, Pablo Neruda, poeta chileno, diz que “morre lentamente quem não lê, quem não viaja, quem não ouve música, quem não acha graça em si mesmo, quem destrói seu amor próprio, quem não se deixa ajudar...” O mestre Jesus Cristo diz que “a semente tem que cair na terra, morrer para depois renascer”. Para mim, Ele estava falando dele mesmo, da sua paixão, de sua morte e, acredito, do nascimento do Cristianismo. Algumas pessoas são como mortos vivos, apenas respiram, comem e caminham, mas não sabem eles que “estão mortos”. Não sentem mais o gosto da comida, da bebida, não gostam do canto dos pássaros, não percebem a beleza das flores, não sentem o perfume da rosa, da orquídea. A lua, as estrelas, o sol, a noite, o dia, o inverno, o verão não são mais percebidos. Atravessam uma praça de flores e borboletas e não percebem, estão apressados. Apressados para quê? No que estamos nos transformando? Parece-me que estamos nos suicidando lentamente sem percebe
Escrituras, desleituras, releituras I* " Kafka, talvez sem o saber, sentiu que escrever é entregar-se ao incessante" "A escrita automática tendia a suprimir as limitações, a suspender os intermediários,a rejeitar toda mediação, punha em contato a mão que escreve com algo de original" "Quanto mais a inspiração é pura, mais aquele que penetra no espaço de sua atração, onde ele ouve o chamado mais próximo da origem, está despojado, como se a riqueza em que ele toca, essa superabundância da fonte, fosse também a extrema pobreza, fosse, sobretudo, a superabundância da recusa, fizesse dele o que não produz, o que vagueia no seio de uma ociosidade infinita" "Para Kafka, a angústia, os contos inacabados, o tormento de uma vida perdida, de uma missão traída, cada dia convertido de que 'a metamorfose é ilegível, radicalmente fracassada'" "A leitura do poema é o próprio poema, que se afirma obra na leitura, que, no espaço mantido aber
Filosofia: o ser, o conhecer, a linguagem* A filosofia, conforme apresentado em Introdução ao pensar[i], é compreendida a partir de três elementos: o ser, o conhecer e a linguagem. Trata-se de instâncias que se complementam na experiência do filosofar. Sucintamente é necessário elucidá-los, sabendo que serão paulatinamente esclarecidos ao longo das reflexões que sucederão esta. Esses textos sucessivos são baseados no supracitado livro de Arcângelo Buzzi e são parte de um autoexercício de resenha, resumo e exposição de conteúdos alheios os quais nem sempre estarei de acordo.[ii] Um conceito central e que serve de elo aos termos dessa reflexão é o pensar. “O homem é definido como ser que pensa ou animal que fala”[iii], ou seja, o pensamento e a fala, ou linguagem, são características marcadamente humanas. O homem que vive dentro do todo da realidade busca por meio do pensar expressar via linguagem essa realidade que se lhe desvela. Este é possível por meio dos entes, são por estes qu
Íntimas entregas* Os ipês rosa começam a entregar buquês aqui no cerrado. No inverno também é possível se apaixonar, e apaixonar pelo mesmo, reapaixonar, sofrer por isso e tentar se reconstruir. Nas entregas íntimas de falas inéditas, temos o outro em nossa mão, uma mão macia e paciente, que ainda é um carinho; as mãos que são os ouvidos do terapeuta, em seu cotidiano missionário, brincado por encontros de magnificência emocional. Enriquecem nosso pensamento letrado com a premência de entendimento sobre suas estratégias de vida, os motivos escusos, indiretos, as raízes dos comportamentos e dos gostos à primeira vista incompreensíveis e revividos a partir de óleos essenciais, peças de roupa, flores secas e texturas coloridas. E aparece a fala rebelde: quem quer livros que andam? Pessoas há muito substantivas, há as ativas, as interjeitivas. Mas muito nos assustam mesmo os seres adjetivos, para além da teoria, e vice-versa. A vida sensível, na nossa semana de compromissos e con
Certezas...* Já sei que realmente nada sei aqui nessa estranha terra. Descobri que o ser humano mais possível pode se tornar um ser improvável do dia para a noite! De repente, me olho no espelho e com muitas certezas, me estranho! Tento decifrar-me a todo momento, sinto de que matéria-prima sou feita, vou tateando-me vagarosamente e aí... Susto! De não saber direito quem é essa que se reflete. Será que é uma estrangeira? Será que é uma habitante de outras terras menos errantes? Não sei não! Olho pro lado e encontro um outro alguém, viajo, penso se durmo ou se desperta estou... Olho novamente... Então, eis que de uma hora para outra sinto-me diferente, meio contente, meio nada, e muitas vezes meio tudo. Saio para caminhar no jardim, sinto o vento soprar dentre meus longos cabelos, bocejo com vontade de engolir o mundo, uma, duas, três vezes. A razão não me deixa flutuar. Tento buscar na memória a sensação de anestesia. Lembro-me dos beijos e dos abraços arrepiados e amados
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXIX* PALAVRAS EM FORMA DE REDEMOINHO Abro a janela que dá pra nenhuma parte A janela que se abre para dentro O vento levanta instantâneas levíssimas torres de poeira giratória São mais altas que esta casa Cabem nesta folha Caem e se levantam Antes que digam algo ao dobrar a folha se dispersam Torvelinhos de ecos aspirados inspirados por seu próprio girar Agora abrem-se noutro espaço Dizem não o que dizemos outra coisa sempre outra a mesma coisa sempre Palavras do poema não as dizemos nunca O poema nos diz Octavio Paz 1914 - 1998
Fragmentos filosóficos delirantes XCXXXVIII* Ueba! Dilma veta Fim do Mundo! Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Fim do Mundo! E eu no engarrafamento! Socorro! Corram! Todos Para o Abrigo! Hoje é o Fim do Mundo. Menos pro Sarney! Só sobrarão as baratas, o Keith Richards e o Sarney! E os motoboys! Rarará! Fim do Mundo! Veta Dilma! Fim do Mundo! E o Itaquerão nem ficou pronto! E eu não tenho medo dos maias porque os maias já morreram. Tenho medo dos maias vivos: Marco Maia e Cesar Maia! Rarará! E como disse uma amiga minha: "Falta uma hora pro fim do mundo e eu ainda não sei com que roupa eu vou!". Fim do Mundo! Pense pelo lado positivo: se o mundo acabar, a Argentina acaba junto. Fim do Mundo! Outro lado positivo: se o mundo acabar, o Palmeiras não precisa disputar a segunda divisão! E as manchetes do Fim do Mundo! Capa da "Caras": "Xuxa espera o fim do mundo na Ilha de Caras". Capa da "Veja": "C

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