Pular para o conteúdo principal

Postagens

Amor-Perfeito* Foi em uma manhã quase já sem esperanças que ele pegou as sementes e foi ao campo semeá-las. O terreno ainda coberto pelo mato precisava ser limpo. Aos poucos foi percebendo que semear não era tão fácil como havia imaginado. A cada minuto o cansaço era sempre maior. Com o suor molhando a camisa olhou e viu que a primeira etapa estava concluída. Terreno limpo, mas ainda impossibilitado de receber aquelas sementes. Era preciso mais… Teria que revolver aquela terra. Retirar pedras e sujeiras. Sob o sol e com o peso da enxada na terra pensou muitas vezes em desistir. Contudo, o desejo guardado no coração de ver aquelas sementes floridas era mais forte que o desânimo que insistia em chegar. Quando o sol anunciava sua despedida lançou naquela terra, fruto do trabalho e do suor as primeiras sementes… Cada semente que ali era plantada era uma esperança a ganhar vida no solo seco de seus erros. Durante a noite a chuva chegou de mansinho irrigando as sementes que se pre
Licença Poética* Tenho licença poética. Posso escrever o que eu quiser! Criar meus neologismos o quanto quiser. Tenho licença poética. Posso chorar e bebericar palavras como mel. Posso me embriagar na arte de escrever e escrever o que me vier à cabeça. Tenho licença poética. Posso suspirar por amores incompreendidos. Posso chorar como criança por ter me arrependido. Tenho licença poética. Minha vida pode ser escrita em prosa, verso ou proversido. Tenho licença poética. Pra falar o que vier na telha. Pra criar, pra parir, pra deslocar de contexto, pra rir. Tenho licença poética. Pra dizer asneira, pra ser besteira, pra rasteira. Pra ser compreendido, pra ser atrevido, pra ser convalido, pra fazer sentido. Tenho licença poética. Pra ser Platão, pra Aristóteles. Pra dirimir um sermão, pra ter ereção, pra criar algum teles. Tenho licença poética. Posso poetizar sobre as coisas dos céus, da terra, e dos infernos. Posso tocar nos véus, na serra e nos cadernos. Tenho licen
Lua Estelar_25fev2013* E significativos foram os acontecimentos vindos do céu físico e metafísico – tempestades, asteróide, renúncia, tragédias. O momento agora é o de convalescença e de iniciar uma jornada de libertação de nossas mágoas, traumas, memórias e vivências emocionais que sofreram, sem dúvida, trancos e solavancos. Se não individuais, coletivos. A lua cheia passada foi forte e aniquiladora. Eis agora uma Lua Estelar que apresenta alguma luz no fim do túnel e acena com oxigenações interessantes aos estados memoráveis e registrados em nosso corpo material e astral. Esse Arcano, a Estrela, ainda lida com o pathos, mas de forma regular e fluente, com menos impacto e significativa restauração. Sim, esta é necessária para dar continuidade às reestruturações que virão a partir das que foram desmoronadas ou partidas. A imagem dessa Lua Estelar é poética, por trazer a luz das estrelas e do céu, numa noite ainda longe de um amanhecer. Há distante percurso até ele, mas já há n
Em caso de paixão, use o cérebro! Bom dia A pauta de nossa reunião hoje é curta, mas de importância vital para nossa integridade. A situação está piorando, os resultados péssimos e as queixas se acumulando. Se continuarmos assim, seremos ultrapassados pela concorrência e logo decretaremos falência. Chamei vocês dois aqui, Coração e Cérebro, em regime de urgência, para comunicar uma pequena alteração em suas atribuições. Coração, teu desempenho das funções orgânicas tem sido excelente ao longo de todos estes anos, mas no que tange as questões ditas “do coração”, está deixando a desejar. Continua a se comportar como um adolescente. Será que todos os treinamentos e reciclagens pelas quais temos investido não surtiram efeito? Em primeiro lugar, comete erros de seleção dignos de um estagiário. Mais ainda, repete com freqüência o mesmo padrão. Esqueceu as lições que o cérebro te ensinou sobre sinais de que o outro está desintere
Eu queria trazer-te uns versos muito lindos* Eu queria trazer-te uns versos muito lindos colhidos no mais íntimo de mim... Suas palavras seriam as mais simples do mundo, porém não sei que luz as iluminaria que terias de fechar teus olhos para as ouvir... Sim! Uma luz que viria de dentro delas, como essa que acende inesperadas cores nas lanternas chinesas de papel! Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento da Poesia... como uma pobre lanterna que incendiou! *Mário Quintana

Visitas