Pular para o conteúdo principal

Postagens

Partir...*

É preciso cuidado ao considerar a Filosofia Clínica apenas como a filosofia acadêmica adaptada ao consultório. Ela é muito mais do que isso: acaba se constituindo como uma nova forma de olhar o mundo, ou seja, uma nova ferramenta de observação da realidade. Como ferramenta ela faz com que seus pesquisadores retomem estudos que há muito estavam parados e desenvolvam novas respostas. Uma das perguntas que é tão antiga quanto a filosofia é: “Para onde vamos depois?” Para alguns, a pergunta é ainda diferente: “Existe um depois?” A questão é interessante, mas o intrigante é o fato de que o ser humano não sabe o que acontece quando ele morre. A medicina tem uma resposta fácil para o que ela se propõe, a resposta é muito boa. Segundo pesquisas, para a medicina morte é o término das funções vitais. Com base nessa definição é interessante pensar na sua vida, nas suas funções vitais, naquilo que faz de você um ser vivo. Como se diz no popular, trocando em miúdos, se pensar na sua vida,

Este é o Prólogo*

Deixaria neste livro toda minha alma. Este livro que viu as paisagens comigo e viveu horas santas. Que compaixão dos livros que nos enchem as mãos de rosas e de estrelas e lentamente passam! Que tristeza tão funda é mirar os retábulos de dores e de penas que um coração levanta! Ver passar os espectros de vidas que se apagam, ver o homem despido em Pégaso sem asas. Ver a vida e a morte, a síntese do mundo, que em espaços profundos se miram e se abraçam. Um livro de poemas é o outono morto: os versos são as folhas negras em terras brancas, e a voz que os lê é o sopro do vento que lhes mete nos peitos — entranháveis distâncias. — O poeta é uma árvore com frutos de tristeza e com folhas murchadas de chorar o que ama. O poeta é o médium da Natureza-mãe que explica sua grandeza por meio das palavras. O poeta compreende todo o incompreensível, e as coisas que se odeiam, ele, amigas as chama.

Arte de ampliar horizontes*

É a arte e não a história a mestra da existência, assim entende Fernando Pessoa. Através da arte é que advêm as manifestações mais densas do indivíduo. É a edificação de uma ponte que vai de um para o outro, encontrando a essência do outro, que se desvela em identidade singular. O contágio propiciado pela afirmação deste diálogo é o fator que alarga a existência, caracteriza o gênio, expande as ideias, como profere Kant. A ressonância criada pelo instrumento que é a arte é o que constitui a história sensível, diversa daquela composta para servir de “exemplo”, agindo como castradora, embotando os indivíduos.          Respiramos uma era de transformações, de rupturas paradigmáticas que exigem novos olhares. É chegado o instante de reconsiderarmos nossas prioridades. O indivíduo que abre mão da magia da arte para influenciar no seu destino, não anseia em ultrapassar suas sânies, está condenado a não ver além, originando como consequência primeva a servidão. Ansiamos p

Os Justos*

Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire. O que agradece que na terra haja música. O que descobre com prazer uma etimologia. Dois empregados que num café do Sul jogam um silencioso xadrez. O ceramista que premedita uma cor e uma forma. O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade. Uma mulher e um homem que leem os tercetos finais de certo canto. O que acarinha um animal adormecido. O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram. O que agradece que na terra haja Stevenson. O que prefere que os outros tenham razão. Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo. *Jorge Luis Borges

Sou assim...*

Acho que tenho uma veia anarquista dentro de mim. Me é difícil observar etiquetas.Ou seguir normas. Mas moro numa cidade. E convivo numa sociedade. Por exemplo, a rua!!! Me tortura a rua. Feito para as máquinas. Os carros. Queria uma cidade antropocêntrica. Não carrocêntrica , como esta que está aí. Com os espaços todos para as pessoas. Para as convivências. Para as artes. E para as músicas. Também para as danças. E para todas as brincadeiras possíveis.... Aí me revolto. Ando no meio da rua. Atravesso em qualquer lugar. Burlo sinais fechados. Fico daltônico. Somente enxergo a cor verde para todas as coisas boas. Eu quero preferência sobre as máquinas. E ponto final. Minha cabeça inverte todas as lógicas. Constrói mapas. Redesenha o espaço urbano. Reinvindica o espaço maior para as pessoas. Tenta construir uma cidade mais feliz. Onde o espaço maior, das ruas, estaria reservado para as pessoas. E o espaço menor para as máquinas... *José Mayer Filósofo, Estudante de

Visitas