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Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"Fazer o pensamento reverdecer. Tratar de reanimá-lo, com constância, e também com audácia, mantendo o contato com a vida. O que leva a relativizar a ciência. A fazer com que ela não se leve a sério. Pois a ciência não deixa de ser ciência a partir do momento em que se torna uma regra dogmática que não podemos transgredir ?" "O corpo social é um metabolismo vivo. E, como tal, tem variações, ritmos específicos, múltiplas acentuações." "Do fervilhar existencial às diferentes audácias científicas, o que está em jogo é uma mutação de grande envergadura. Para retomar um lugar-comum do debate intelectual, trata-se efetivamente de uma revolução epistemológica." "É instrutivo observar que, além da 'língua oficial', a do pensamento conforme, existe uma multiplicação de idiomas, discursos tipicamente tribais, enraizados nas práticas cotidianas, de qualquer ordem que sejam: musicais, esportivas, sexuais, culturais e até políticas ou mesmo

Regras de pular obstáculos*

“Aos sábados, ou aos domingos, viam o Platense jogar. Em alguns domingos, quando tinham tempo, passavam pela quase marmórea confeitaria Los Argonautas, com o pretexto de rir um pouco das moças.” Adolfo Bio Casares (O sonho dos heróis – 1954) Existem regras para seguir, eu sei, mas existe caminho para se ir, as regras simplesmente nós a inventamos para enganar o tempo. O único caminho que possamos abdicar totalmente das regras é o do sono. Dormir. Descanso absoluto de quem vive no mundo das regras. Existem pessoas que usam termos para falar de algo que a regra é apenas uma parte. A pessoa diz uma coisa em outro idioma para burlar sua mente, acha que assim está falando algo diferente. Engano, a regra tem sua exceção mas na lógica da regra inventar algo não origina um novo signo para dizer algo... A tagarelice idiomática pós-pop é a pobreza dos pseudos-tecnosustentáveis. Amam o orgânico e se lambuzam de signos pobres de se comunicar. Vasos que ligam o cérebro com

Ah! Os relógios*

Amigos, não consultem os relógios quando um dia eu me for de vossas vidas em seus fúteis problemas tão perdidas que até parecem mais uns necrológios… Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida – a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira. Inteira, sim, porque essa vida eterna somente por si mesma é dividida: não cabe, a cada qual, uma porção. E os anjos entreolham-se espantados quando alguém – ao voltar a si da vida - acaso lhes indaga que horas são… *Mario Quintana

Alquimias*

Originais formas insinuam-se por entre as perspectivas do olhar. Vislumbres no esboço entrelinhas do querer-dizer contido na imagem. Interrogação reflexiva das intencionalidades em descobrir os dialetos da semiose visual.   Inexplicáveis contextos podem constituir-se a partir da admiração ingênua dessas arquiteturas do mundo. Revelação em novas cores na simbologia mediadora dos pontos de vista. Esses refúgios apreciam a exótica alegoria das figurações, para, com elas, desnudar expressões de raridade. Manifestação das texturas na indecisão tênue de incontáveis significados.  Em Deleuze o trajeto confunde não só com a subjetividade dos que percorrem um meio, mas com a subjetividade do próprio meio, uma vez que este se reflete naqueles que o percorrem (Deleuze, 2004, p. 73). Na magia do desvendar-se, íntimos distanciamentos podem evidenciar singularidades caladas pelo não ver das cotidianas cegueiras. Alternância na palavra sussurrada do discurso por entre brechas de recém

Onde está o amor ?*

Num tempo de individualidades Aplaudimos as singularidades Blindex entre Nós ... Medos, anseios, morte em vida! Onde andam os tambores? Longe ficaram nossas tribos Distantes nossos sonhos... E nos dizemos civilizados Para onde caminhamos? Quando no caminho Só há, agora, miséria de amor! *Dra. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Poetisa. Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG

Meu cartão de visitas*

Recentemente tenho percebido uma grande insistência de “terapias de marketing” em trabalhar o que eles chamam de “cartão de visitas pessoal”, ou seja, o conjunto de caracteres que lhe mostrará de certa maneira para a sociedade. Em Filosofia Clínica trabalho isso em diversos tópicos e através de complexos movimentos. O primeiro deles diz respeito ao Papel Existencial, também conhecido como rótulo, titulação, designação, máscara ou personagem. Se eu me denomino médico, isto é um caractere de identificação existencial, identificação de um papel, de um personagem que se comporta como tal. Esse “médico” deverá ter outros vários caracteres pré-definidos socialmente, tais como conhecimento acerca do corpo humano, como postura profissional, ética e etc... Esse papel, a priori, deve dizer algo sobre a pessoa com a qual conversamos, pois parte dela é esse personagem. Porém, um personagem nem sempre possuí correspondência com a pessoa que o vivifica, e semelhantemente ao teatro, tal

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