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As urgências da vida*

Nunca houve carência de amor nem no mundo nem na história. Não há miséria no amor! O problema sempre foi a carência de amar de ontem e de hoje. E essa carência persiste em muitos corações vazios. Ora pois, para muitos, mas muitos mesmo, amar não é amar, é somente acumular ora em posses ora em propriedades não ultrapassando quase nunca a tentativa de aprisionar belezas como se amar pudesse ser um tesouro aprisionado na solidão de um apego gritante ou no cárcere de um egoísmo sufocante. Em contrapartida, para poucos que tentam somar e se multiplicar cada vez mais, incansavelmente, amar é simplesmente amar tão somente porque não há concessão nem opressão, uma vez que inexiste imposição de condições por ungirem-se numa consciência coletiva de que amar apenas condiz com cuidar, libertar e sorrir no sentido do respeito, da consideração, da gratidão e da paz que, por isso, literalmente é amor. Porventura, a grande urgência e emergência da vida possa cada vez mais se dirigir n

V Colóquio Nacional de Filosofia Clínica

Agradecemos aos colegas, amigos, visitantes, que prestigiaram a V edição do encontro anual de Filosofia Clínica da Casa da Filosofia Clínica. Não por acaso, se multiplicam eventos dessa natureza pelo país afora. Desde que começamos as atividades conhecidas por 'encontro nacional de Filosofia Clínica', nos idos do ano de 1999 na Praia dos Ingleses em Santa Catarina, inclusive contrariando alguns interesses na época, os encontros, seminários, congressos, colóquios, se multiplicaram, mostrando a necessidade dos colegas e amigos se encontrarem e reencontrarem, para compartilhar estudos, publicações, pesquisas, atividades de consultório. Agora Porto Alegre, vem mostrando que também tem sua representação, no universo dos grandes eventos na área do novo paradigma. São tantos os agradecimentos, que não podemos mencionar nomes, pois são dezenas, centenas de pessoas, instituições, agremiações que contribuíram para o sucesso desse V Colóquio Nacional. De qualquer forma, quere

Expressividades*

em liberdade escolho... assumo e respondo experimentando com coragem. pensem o que quiserem de mim e do mundo. Quem é livre, liberta. na escolha há perdas, nas perdas aprendizagens. Ser o que se é, na contínua construção, nos tira da condição de escravos. O ontem habita o agora no fazer o amanhã. Somos o que pensamos somos nossas ações. *Dra. Rosângela Rossi Psicoterapeuta. Escritora. Filósofa Clínica Juiz de Fora/MG

Tecendo a Manhã*

Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão. *João Cabral de Melo Neto

A vida na vida*

Importa saber resistir, persistindo com ternura naquilo que vale a pena. E é disso que ecoa sentimentos que de tão fundamentais, jamais nos deixa esquecer o valor de um sorriso e da gratidão por percebermos os perfumes das flores presentes agora em tantos jardins da vida que tocamos sendo tocados.  Caminhando, pouco a pouco, passo a passo, vamos descobrindo uma nova forma de ver e de sentir para nos despertar cada vez mais nítido e fiel as formas e conteúdos do agora. Somos conjunções de sentidos e sentimentos que recebem oportunidades para fazer prosperar em nós mesmos o poder de nos superar a cada pulso que passa.  É lindo descobrir que podemos promover a mudança que desejamos no outro e no mundo a partir de nós mesmos, pois só assim será legítimo e duradouro. E do nosso modo de lidar com a vida na vida vai surgindo a coragem necessária para escolher como processo feliz e bem sucedido a superação de dores e dissabores que só tiveram efeito até sobrepujarmos numa colheita

Incompletudes*

Ela vai indo Vai acolhendo Vai cuidando Vai desculpando Vai compreendendo Vai gostando... E continua indo Dando acolhida Dando abraço Dando colo Dando conforto Dando ausências... Continua indo, vai além Mas vai-se cansando Não aprendeu a colocar pontos finais Seus ciclos ficam abertos Vira vírgula, três pontinhos, reticências Uma falta de começar a receber. Vai indo e vai-se doando Até que sobra bem pouco Quer parar de se doar E começar a receber Quer aceitar um pouquinho Que os outros tem para lhe dar. Assim ela era Aprendeu a cuidar Mas de si não sabia cuidar *José Mayer Filósofo. Livreiro. Poeta. Estudante na Casa da Filosofia Clínica Porto Alegre/RS

Silêncio*

“...você se dissolve numa imagem do nada. Você come.” Paul Auster Como dar conta do silêncio sem acordá-lo do vazio em que está? Todo o recipiente do pensamento está no acontecimento único de estar tomado de uma quietude, de conteúdo, de imagens e cores. Todo o pensar é uma linguagem que escapa do controle, é um signo que diz; mostra o quão o vazio diz tudo sem mover o pensamento do silêncio. Por isso, o silêncio é a melhor maneira de estar sintonizado com o que está acontecendo dentro dos espaços. Do espaço imaginado. Entre as folhas de outono e o que restou do verão, entre chuvas e vozes, ouço o silêncio que transborda. *Prof. Dr. Luis Antônio Paim Gomes Filósofo. Editor. Livre Pensador Porto Alegre/RS

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