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Invisibilidades*

Um reflexo parece dizer sobre se estar dentro da vida e fora do tempo, como uma ficção exilada na realidade. Ao ter uma epistemologia de subúrbio, sua filosofia da estranheza esboça um soar excessivo. A atitude introspectiva refaz manuscritos sobre o fenômeno à deriva no traço. Interseção extraordinária entre o lapso das travessias e as poéticas do absurdo. Atualiza a visão desses delicados contornos a se deslocar, parece reivindicar uma arte de tornar-se. A partir desse sujeito transbordando originais, os excepcionais eventos integram a irrealidade presente no cotidiano. Esse esboço de eus ficaria irreconhecível, não fora essa tradução nas entrelinhas de ir e vir. O estrangeiro de cada um se oferece nos trocadilhos, distorções, contradições quase imperceptíveis, muitas vezes em labirintos de lógica kafkiana, onde os delírios rascunham essa aptidão de estar inteiro a cada momento. Talvez a pessoa, na descrição inédita para si mesma, consiga dar visibilidade a essas

Deus, que será de ti ?*

Que farás tu, meu Deus, se eu perecer? Eu sou o teu vaso – e se me quebro? Eu sou tua água – e se apodreço? Sou tua roupa e teu trabalho Comigo perdes tu o teu sentido. Depois de mim não terás um lugar Onde as palavras ardentes te saúdem. Dos teus pés cansados cairão As sandálias que sou. Perderás tua ampla túnica. Teu olhar que em minhas pálpebras, Como num travesseiro, Ardentemente recebo, Virá me procurar por largo tempo E se deitará, na hora do crepúsculo, No duro chão de pedra. Que farás tu, meu Deus? O medo me domina. *Rainer Maria Rilke

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"A imaginação inventa mais que coisas e dramas; inventa vida nova, inventa mente nova; abre olhos que têm novos tipos de visão. Verá se tiver 'visões'. Terá visões se se educar com devaneios antes de educar-se com experiências, se as experiências vierem depois como provas de seus devaneios." "A vida real caminha melhor se lhe dermos suas justas férias de irrealidade." "A filosofia de Schopenhauer mostrou que a contemplação estética apazigua por um instante a infelicidade do homem ao desprendê-lo do drama da vontade." "Quando um poeta vive seu sonho e suas criações poéticas, ele realiza essa unidade natural. Parece então que a natureza contemplada ajuda à contemplação, que ela já contém meios de contemplação." "É preciso que a íris do olho tenha uma bela cor para que as belas cores entrem em sua pupila. Sem um olho azul, como ver realmente o céu azul ? Sem u olho negro, como contemplar a noite ?" "Or

Azaleias e tapetes coloridos*

Minhas azaleias floriram Tão depressa e tão bonitas E tão cheias este ano Que me assustaram Espiando pela janela. Mas caíram tão depressa também E formaram um tapete colorido pelo chão. Agora fico querendo Colar elas de novo Uma por uma De volta ao pé... *José Mayer Poeta. Filósofo. Livreiro. Filósofo Clínico na Casa da Filosofia Clínica. Porto Alegre/RS

Fragmentos Filosóficos, Delirantes*

"(...) a desordem que comunica é desordem-em-relação-a-uma-ordem-anterior." "Das estruturas que se movem àquelas em que nós nos movemos, as poéticas contemporâneas nos propõem uma gama de formas que apelam à mobilidade das perspectivas, à multíplice variedade das interpretações. Mas vimos também que nenhuma obra de arte é realmente 'fechada', pois cada uma delas congloba, em sua definitude exterior, uma infinidade de 'leituras' possíveis."   "É típico da obra de arte o pôr-se como nascente inexaurida de experiências que, colocando-a em foco, dela fazem emergir aspectos sempre novos." "As poéticas contemporâneas, ao propor estruturas artísticas que exigem do fruidor um empenho autônomo especial, frequentemente uma reconstrução, sempre variável, do material proposto, refletem uma tendência geral de nossa cultura em direção àqueles processos em que, ao invés de uma sequência unívoca e necessária de eventos, se estabelece

Canção do dia de sempre*

Tão bom viver dia a dia... A vida assim, jamais cansa... Viver tão só de momentos Como estas nuvens no céu... E só ganhar, toda a vida, Inexperiência... esperança... E a rosa louca dos ventos Presa à copa do chapéu. Nunca dês um nome a um rio: Sempre é outro rio a passar. Nada jamais continua, Tudo vai recomeçar! E sem nenhuma lembrança Das outras vezes perdidas, Atiro a rosa do sonho Nas tuas mãos distraídas... *Mário Quintana

Maria sim, vai com as outras não*

É encantador ver a força da mulher atual. Do modernismo à contemporaneidade, essa batalha pelo direito de ser livre e feliz, é espetacular. Sou meio paradona, pacifista, um pouco avestruz e de verdade, me perdoem, prefiro ficar de fora das lutas, dessas lutas que se evidenciam por causas e ideias. Não me queiram mal. Admiro e faço minha parte na torcida e orações pelas conquistas que mulheres de fibra e, para alguns, diferentes de mim, buscam em nome do respeito que todas merecemos. Todo movimento dá em transformação. Tenho visto lutas de todos os tipos em favor da liberdade de expressão, do direito de igualdade no trabalho e na vida, quanto à proteção e defesa nos casos de violência, para uma maternidade mais bem exercida, parto natural garantido e tantos outros atos lindos direcionados a formas de como a mulher pode viver melhor, depois de tantos séculos onde era vista como símbolo de inferioridade e tudo o que a ela se relacionava. Fico feliz por quem arregaça as mangas

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